sexta-feira, novembro 28

Liberdade...












Leve-me
Leve-me junto a ti oh vento que passa
Que me enlaça e se vai

Leve-me para que eu seja leve
E assuma minha essência de nuvem
De brisa,
De névoa
E orvalho

Leve-me para que eu possa tocar as folhas
Abraçar pessoas sem que elas notem
Quero fazer cócegas no nariz das crianças
Balançar árvores
Alcançar os ares

Ahhh...
Como queria ser brisa pra poder girar o mundo e voltar para o café
Visitar quem mora longe
Dançar nos parques
Conversar com os pássaros
E conhecer segredos
Que só você pode saber

Ser o outro e ser eu mesma...

"liberdade é um conceito que nos impede de sermos livres."(*)

(Darla)

[ (*) Rodrigo Diaz ]

quarta-feira, novembro 26

Conversa íntima










Ultrapassar essa nuvem de fumaça
Essa neblina que parece esconder o lado de lá...

Olá-ááá...
Como está aí?

Deixe-me tocá-la
Vê-la mais de perto
Conhecê-la

Venha,
Achegue-se,
Não tenha medo

Venha, você mesma
Você que vive aí dentro

Misturada,
Diluída entre fluido e carne, entre sentimentos
Você carregada dessa eletricidade
Envolvida dessa aura

Você,
Que me traz a ressaca dos olhos
Que me engana
Me disfarça

Você que às vezes dá as caras,
Me visita à meia luz,
Me conta coisas guardadas ali mesmo, nas memórias, nos registros subconscientes

Me perguntam muito de você, sabia?
Perguntam quem você é
Como é
Do que gosta
Dos seus sonhos
Sobre o que pensa

E fico sem saber o que dizer
Está aí,
Sempre...
Mas engraçado,
É pra mim ainda mistério

Quero conhecê-la...


(Darla)



Cansou
...
Cansou de algo que nem se sabe o quê
Sentiu o corpo mole
Os olhos tristes
Sentiu sono...
Não quis tentar lutar
Só por hoje não
...
Cansou
...
E aquele vazio chato deu um oi só pra lembrar que ainda está ali
E pra te desafiar
Dizer que hoje ele ganhou
...
Não é sempre assim
Mas assim às vezes é
E é melhor deixá-lo ser
...
Só por hoje
...
Tomara
...


(Darla)



Rascunho...




(Darla)
[P.S.: Os rascunhos são os melhores... eles aceitam tudo...]

segunda-feira, novembro 24

terça-feira, novembro 18

Hoje?

Não quero mais que um doce
Vinho suave
E filme gostoso

Pensar nos futuros cálculos que me esperam
Nas pesquisas em volumes finitos
Naquilo que devo construir...

Mas aquela conversa eu topo
Essa me faz sempre bem

Pode vir!

(Darla)


segunda-feira, novembro 17

Passageiro...
















Fernanda escreveu sobre o ‘passageiro’.
Disse-me ter escrito de forma tão inesperada, despretensiosa, ocasionalmente...
O que ela não imaginava era o quanto que o seu discorrer sobre o passageiro atingiria de forma tão fulminante minha carne.

Sou essa matéria, composta da mesma substância que todos, mas recheada desses sentimentos todos que poderiam embalar mais de uma vida.
E nesse excesso de sentir, espectro de pensamentos e desejos...me vi vencida pelo passageiro

Os dias que passam...
As pessoas, os amigos de escola, os sonhos de menina, os gostos, a moda, as manias...

Mas tem coisa que cisma em não passar...
E talvez esteja aí o poder secreto do passageiro

O ficar quando precisaria ir
E o ir quando deveria ficar

Perguntei então à Fernanda:
­­__ Tudo passa?

Espero que sim!

(Darla)


sexta-feira, novembro 14

Vende-se felicidade?












Os tempos são outros
Farmácias são como supermercados
Onde felicidade e auto-estima podem ser compradas em cápsulas.
Onde se procura em meio a frascos e comprimidos a fonte da juventude, a solução de todos os problemas, a saída para as angústias...

E os supermercados [que ironia]
Vendem “drogas”
Em forma dos tachados vilões: açúcar e gordura...

Onde foi parar aquela sabedoria antiga que dizia: “a saúde entra pela boca através do alimento”?
Nossa avó já ensinava: “feijão e arroz pra crescer forte e inteligente”.
Quando nos esquecemos disso? Quem resolveu distorcer tudo?

Hoje, comemos remédios
E condenamos o velho e bom prato de comida.

Anda-se pouco ou nada
[Por cansaço ou falta de tempo]
Pernas são trocadas por rodas.

Mas passa-se horas sobre uma esteira, sem sair do lugar, olhando o mesmo ponto fixo
E perde-se a paisagem, o tempo que respira, a vida dos desconhecidos que passam...

Passa-se mais tempo em frente a um computador do que conversando com o pai
Os relacionamentos são virtuais
E quando “por acaso” deixam de ser
Correm o grande risco de se perderem, pois já não se sabe conviver com o outro,
Ceder,
Trocar.

Que grande ironia não?
O que tem havido?

Tem a resposta?

Então me convença!


(Darla)

quinta-feira, novembro 13


"Só quero saber o que poder dar certo,
Não tenho tempo a perder"


Menina triste



















Venha menina
Não fique assim
Não deixe rolar mais seu néctar pelos olhos


Não se deixe entristecer
Não se deixe desacreditar

Procure a porta de saída da cidade sitiada
De onde não pôde ser rainha
Ela está bem aí
Na sua frente
Abra,
Saia
E feche.

Veja o caminho de brilhantes...
Siga!

E venha e descanse aqui se sentir cansaço.
Descanse os pés,
Repouse a mente,
E encontre a paz.

Te observo,
Te analiso,
Te conheço.

Sei quando está feliz,
Sei quando algo lhe incomoda,
Sei quando deseja,
Quando está carente,
Quando está forte.

Reconheço seu perfume,
Seu olhar (todos eles),
O seu mexer dos cabelos
E das pernas.

Sei o que te move...
Acredite!

Então venha menina,
Sente-se aqui perto,
Eu lhe contarei histórias pra dormir...

Mas também quero que brilhe,
Quero que cresça,
Quero que supere.

Eu te amo
Como ninguém pode amar
Eu tenho pra você o que ninguém pode lhe ofertar
Repouse em meu colo.

(Darla)


quarta-feira, novembro 12

Tanto a se fazer...

Da janela pude ver as cores
E sentir o cheiro e querer pular

E andando percebi que é bom sentir a terra
E quis ser leve
Leve na alma
Leve no viver
No respirar e no existir

Andar um pouco ali na minha
Sem mexer no quintal de ninguém
Sem ter que dar oi

Só passar
Na busca das coisas esquecidas no meio do dia
Das folhas
Das árvores

Só quis ser curiosa e me deixar cuidar do que é meu

Tanta coisa pra fazer:
Chocolate com leite condensado me esperando ansiosamente no armário querendo se encontrar
Meu travesseiro doido pra sentir meu cheiro
O filme que comprei a um ano querendo ser visto
O vestido que quer sentir o sol, as ruas, os olhares...

Há tanto céu
Há tanta vida
Tanta gente
Tanta coisa pra se ver

Toco a vida devagar
Com os olhos lá no alto
Joelhos firmes
Meus sonhos na mochila
E o desejo por realizar!


(Darla)

domingo, novembro 9

Rubi

Ele apareceu quando achava que nunca mais o encontraria
E essa visita inesperada
Botou-a em uma montanha-russa

Era a menina de volta ao parque de diversões
E o mundo a pertencia

E na casa dos espelhos ela viu mais do que deveria
Ela viu tudo multiplicado
Que o sonho podia ser real

Até que se olhou profundamente
Penetrou nos seus próprios olhos
E uma lágrima de sal se perdeu

Percebeu que precisava ir embora
O espetáculo terminara
Os portões se fechariam

Com seus sapatinhos de rubi
Deu uns passos
E voltou os olhos mais uma vez...

Ela o encontrou quando não mais acreditava ser possível
Sentiu-se tremer
E desejou mergulhar
Se afogar e não voltar

Ela retornou às ruas
À vida
Ao dia como antes...

Mas jamais seria igual
Ela jamais foi igual

Não sabia ao certo o que havia acontecido
Mas sabia que havia mudado
Que havia algo novo

Talvez o rubi dos sapatos tenha
Alcançado o coração.


[e nada que ela escreveria seria o bastante]


(Darla)

sábado, novembro 8

Rsss...










Vamos celebrar!!!

Celebrar...hummm...

O bolo que acabou
O cara que não ligou
O ônibus que passou
A chuva que você pegou
. . .

É !

Tem coisa melhor do que ser contrariado pela vida?
Tem coisa melhor do que perceber que é um esforço ser feliz?
Viver é maravilhoso...

E putz . . . Amo desafios!!!

[risos]


(Darla)

quinta-feira, novembro 6

Mapa










Essa necessidade pela auto-definição
Esse anseio por me contar

Será que tem alguém interessado mesmo em saber?

Quente e letrista,
Pele cor de ‘desejo por sentir o sol’,
Olhos curiosos e misteriosos
De uma seriedade mentirosa que engana a muitos

Fechada...
Eis a chave.
Quero ser alcançada,
Visitada

Agora, viciada por blog
Pode ser de qualquer sabor
Delicio-me com o que escrevem
Sobretudo uma certa pessoinha que adora mandar recados

Dessa vida quero mais que a cobertura,
Quero o recheio,
Lamber o prato,
Raspar a panela.

De um daltonismo sentimental...
Terráquea das piores
Das super crentes de tudo
E de todos

Acho que quem muito se procura
Quer na verdade é ser encontrada...

[Farei um mapa]




(Darla)

quarta-feira, novembro 5

Madrugada












Acordou na madrugada

Olhos travados nas paredes
Onde se podia ver a sombra dos carros que passavam na rua

Tocou-se
Sentiu os lençóis
Recompõe-se

Três respirações baixas
Coração voltando ao ritmo normal

Umedeceu os lábios
Mãos nos cabelos
E sobre a face

Passeou por em volta
Tentou ouvir
Mas nada...

Cobriu-se
Cerrou os olhos
E desejou por um segundo voltar ao sonho...


(Darla)

sábado, novembro 1

Aluna...

Tenho coragem
Mas tenho medo sim

Posso riscar as paredes
Quebrar os vidros
Mas de que vai valer?


Posso ser eu mesma e ficar aqui.

Pra que entender a vida
É tão mais fácil vivê-la
Pra que pensar demais
Quando eu posso caminhar simplesmente e chegar ao lugar
Ao ponto
Ao anseio?

Posso amanhecer em julho
Adormecer em outubro
Mas ver estrelas
Visitar outros planetas
E voltar pra um dezembro de sol

Meus olhos podem emitir a luz que se desejou
E ser farol
Pro viajante que se perdeu e teima em não se encontrar

Posso ser mar
Posso ser chão
Posso ser um arranha-céu

Sim, eu posso...

E posso ter novas idéias
E balançar minhas pernas quando estou nervosa
E explodir com quem amo, só porque sei que vai entender

Estalar a língua no céu da boca
Permitir-me a conversa despretensiosa com o passageiro do ônibus ou o companheiro de fila

Calçar meu all star
Pôr meu vestido hipper
E não ser de tribo alguma
Só da minha mesma

Posso continuar com a doce mania de sorrir com os olhos apertados pra dizer o quanto estou feliz

E posso voar
Deixar minhas asas livres

Colecionar sonetos
Retratos
Palavras...

Continuar me encantando e buscando um sinal e um porquê em tudo

Suspirar nos filmes e querer fazer parte deles

E ser eu
E viver
Viver o normal
O simples

E fazer alguém feliz
Esse é um ideal

Tô aprendendo
E quem não tá?
Sou aluna...

Foi mal!



(Darla)
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