
A menina fechou a porta e não quis se despedir,
mas eu lancei um olhar fixo, sério, como quem diz: é hora, a noite já vai alta e a menina precisa dormir.Ela me lançou um olhar molhado.
Marcada pelas listras do vestido azul, sob o sol intenso que lhe fecha os olhos, os dedos saltavam as cores como quem pisa nas faixas pretas da orla.
Entranhamento frente a sua própria imagem, disforme no espelho d’água da poça formada pela chuva de minutos.
Um olhar de saudade, voltado aos pés, mãos e pele.
Revira-se e como que se procurando, caminha com os dedos sobre as curvas marcadas do vestido listrado, tocando as faixas roxas, pulando até o branco, o branco exposto, para se ver claramente.
(Darla)
Nenhum comentário:
Postar um comentário