Discorríamos sobre o estar ou não no mundo, sobre o estado de espírito dos que não se conformam e que relutam a aceitá-lo e que procuram, a si ou aos outros poucos iguais que andam errantes por aí, vestindo suas calças, seus chapéus e seus sorrisos divergentes que deixam qualquer um inebriado, encantado, apaixonado ou em caso de nenhuma das alternativas anteriores, ao menos, intrigados, ou melhor dizendo, incomodados com seu jeito de viver no mundo sem viver.
Ah, a falta de lugar no mundo! Depois de um certo número incerto de procuras frustradas, eis que chegam à conclusão fatídica de que não pertencem a ele.
Questionados e desafiados quanto à verdade creditada pelo senso comum de que é impossível viver no mundo sem estar nele, estes seres elevados inspiram, olham em volta e sem poder trazer pro lado de cá aquele que pertence ao lado de lá ou daí [sei lá], pensa alto: É, é possível.
Uma outra constatação: seres lunáticos, que aqui significam estes ‘não-moradores’ do mundo, se atraem e se entendem e naturalmente se comunicam. Natural como beber água quando se está com sede [e como isto é bom, não é?!]
É isso. Foi só um pensamento alto de quem não tem lugar no mundo.
Conterrâneos e apreciadores são bem vindos.
[dedicado aos participantes de uma ‘conversa de bar’ e a uma contadora que diz gostar, assim como eu, de pensamentos altos]
(Darla)