
num céu azul quase intacto e amplo
o asfalto ardendo como que reclamando o passo.
Uma rua deserta
nada além do som do silêncio
cortinas a balançar em janelas entreabertas de mundos desconhecidos
e seus olhos curiosos se esticavam loucos pela imagem de um quadro, uma porcelana, o som de um piano...
Mas nada.
Pés duros sobre o solo cansado e o sorriso tímido sobre o rosto leve.
O coração pulando ritmado no peito, engolindo a certeza do novo.
Então deixou as mãos dançarem ao vento e a vi rodopiar tal como bailarina de caixinha de música.
No ar um cheiro de tarde de infância.
Abriu então os olhos rindo-se da travessura quase clandestina
não fosse um observador peculiar.
Ela cambaleou num misto de timidez e encantamento pela figura que a observava com olhos fixos e dedicados.
Ela sorriu
e ele voou pra mais perto.
Ela o tocou
e ele cantou.
Ela o beijou
e ele se guardou em seu ombro.
A menina e o pássaro.
(Darla)
4 comentários:
imaginei a cena por completo.. que coisa gostosa! amei isso aqui: "engolindo a certeza do novo". o novo assusta, mas como é bom!
às vezes a gente lê uma coisa e pensa: "foi pra mim, ah, foi pra mim".
tá lindo, querida.
=*
Que lindo!
=*
docinho o texto,rs.
a menina, o pássaro, e o quente de não sentir-se sozinho mais.
=)
A tal da "quase-clandestinidade"... que sempre é uma situação ímpar, né.
"Quando se quer voar guardado ali no ombro."
Muito bonito de novo, Darla!
André
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