quinta-feira, julho 22

Oi amor,

Ligo pra que o instante não mais me sufoque e pra que de longe me afague o rosto em pranto e aqueça o coração que anda perturbado e cambaleante.

Há dias não chove na cidade, o chão anda seco e em mim, flores clamam por água (disseram-me um dia que eu era uma flor de espécie desconhecida - concorda com este disparate? hummm, só porque preciso de sol, água, e todas aquelas coisinhas de bactérias e minerais - que aprendi na aula de biologia - pra sobreviver?)

Mas enfim, ligo porque tua voz sopra em meus ouvidos mais uma chance e restaura em mim a paz, a vontade e a fé, esse sentimento que ressuscita mortos. Perto de você me sinto mais perto dEle.

E se tua tristeza me comove, ela mesma fala pra meu espírito se fazer forte pra te fazer feliz, pois não suporto vê-lo desassossegado. Nasci com o dever de te cuidar. 

Mas como também nasci eufórica e cresci agitada, troco por vezes pés por mãos, tropeço nos cristais da sala e no fim quem me cuida é você. E eu nem gosto de receber seus mimos e sorrisos... ;)

É, ligo pra quase telepaticamente dividir com você o que se passa por dentro e pra falar em silêncio. E nessas e outras, dou a sorte de ouvir que a lua está iluminando lindamente a grama do quintal (pude até imaginar).

Liguei porque só você sabe contar as histórias de forma tão detalhada a ponto de eu ver a cena (melhor do que ler livro) e porque no fim do papo pesado sempre vem a frase celebre que faz tudo ficar leve.

Enfim, ligo porque mesmo que eu esteja no meio de um furacão, você é minha certeza junto a quem te deu pra mim e a única conclusão que resta é, que se sou Alice, você só pode ser o próprio País das Maravilhas.

(Darla)

Um comentário:

Carol Freitas disse...

Uma coisa é muito certa: gosto muito mais de suas palavras do que dos seus silêncios =)

Lindo!

Apareça mais por aqui, Darla!

Bjo!

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