-Suporte técnico, boa tarde?
-Boa tarde.- soou uma voz fina do outro lado da linha.
-Como posso ajudá-la?
-Preciso de suporte.
-Pois não. A senhora pode me dizer qual o problema na sua conexão.
-Não há problemas na minha conexão, eu só necessito de suporte.
-Mas se não há problemas, por que precisa de suporte?- perguntou intrigado o atendente.
E daí, nos minutos seguintes seguiu a resposta que até agora ecoa nos ouvidos do ex-atendente de telemarketing:
-Preciso do suporte das idéias bem definidas, do balançar afirmativo da cabeça do ouvinte, do aperto de mão, do suporte pra subir as escadas, pra pegar o livro na estante , mas sobretudo, de suporte no amor. Por isso estou ligando. É mais ou menos como quando a internet cai e a gente liga pra empresa pedindo o reparo ou quando pega umas aulas extras pra aprender a matéria direito e passar de ano. Suporte no amor. É como se sentir acompanhado mesmo estando sozinho, é telepatia, é saber antes de se falar ou pedir...
Um silêncio prolongado e o atendente respondeu:
-Perdão senhora, mas não posso ajudá-la.
Depois um novo silêncio, o tumtum de final de ligação e minutos depois um pedido de demissão.
Quando questionado sobre do porquê, antes de ganhar a calçada da rua, o ex-atendente balançou a cabeça inconsolável e disse:
-Eu não dava suporte.
(Darla)
2 comentários:
Ai Darla, que legal o teu texto, mto bom! e mto verdadeiro tb!
Tenha uma excelente semana querida,
Beijos!
Blog inspirador, minha colega de trabalho... :)
Postar um comentário