Sempre se olhava, mas nem sempre se via.
Eu só observava
Observava os olhos fugitivos
Os olhos de ressaca fingindo não se ver.
E minha alma ficava imensamente penosa
pelos olhares indeterminados sobre si mesma.
Então passaram alguns ventos,
mares e tempestades,
Até dias de sol a pino.
E num dia em que observava não mais com expectativas, mas só curiosamente, tive a maior surpresa e alegria que poderia esperar.
Um olhar como nenhum outro
Um lançar de olhos sobre si que a revirava
Um olhar de ondas que renovavam tudo
Um olhar de céu que só tinha estrelas
E de sorriso descobridor
Apaixonado, louco por vida
Um olhar colorido sobre uma vida até então preta-e-branca.
E aquele olhar fez até minha vida de observar parecer mais interessante.
A fez valer à pena.
Vê-la olhar para si daquele modo e perceber que se via
Fez-me pegar a mala e partir a fim de observar outros olhares.
(Darla)