
"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..."
3 comentários:
Olá!!!
Encontrei seu blog por acaso ao fazer um cadastro no blogger e descobrir que podia fazer busca de perfis por cidade.
Fernendo Pessoa, como sempre um mestre na poesia.
Abraços
BOM DIA DARLA
lindos poemas!!!
Sem dúvida, perfeito! Eu que o diga...
Amiga, vc é totalmente Pessoa, afinal, só para lembrar, Álvaro de Campos começou a fazer engenharia mecânica e depois passou para naval e ainda era poeta!!!
bjusss
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